O Seminário GENPOSS, de fevereiro, que trouxe como tema Violência de Gênero e Lei Maria da Penha, aconteceu dia 27 a partir das
13h, na Sala de Reuniões, do Departamento de
Serviço Social. Sob a coordenação da Profª Marlene Teixeira (UnB), as
conferencistas convidadas: Ana Tereza (SPM), Priscilla Maia (UnB) e Ela Wiecko
(UnB) realizaram suas exposições em torno dos Desafios Colocados pela Lei Maria
da Penha às Políticas de Saúde e de Assistência Social e ao Sistema de Justiça
Criminal .
Ana Tereza apresentou a
Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e suas competências, destacando
os avanços que a Lei Maria da Penha trouxe para o enfrentamento à violência
contra a mulher. Possibilitando a organização das políticas públicas para o
enfrentamento à violência contra a mulher, e para dar conta de sua
complexidade, a SPM trabalha com o conceito de rede, conforme frisou Ana tereza
“ Rede de Enfrentamento, refere-se a todos os eixos da Política Nacional de
Enfrentamento de Violência Contra a Mulher”. Ou seja, os serviços de
assistência, proteção às vítimas, prevenção e punição aos agressores, nesse
sentido, rede é a articulação entre as instituições para uma atuação eficaz no
combate à violência.
Após a participação da Ana
Tereza, representante da SPM, o seminário continuou com a exposição de Ela
Wiecko, professora de direito da UnB.
Ela Wiecko iniciou sua fala
chamando atenção para importância da incorporação da perpsectiva das relações
de gênero, pelo sistema judiciário. Predomina, neste campo, o entendimento de
gênero como sexo ou enquanto sinônimo de mulher. Ela Wiecko destacou a
necessidade de mudanças na justiça brasileira, conforme sua apelação “Nós temos
que balançar a estrutura do Direito Brasileiro, sob o feminismo”. Um dos
desafios para a Justiça Criminal, de acordo com a Profª Ela Wiecko é a falta de
capacitação sobre a Lei Maria da Penha, refletindo na dificuldade de se
trabalhar em rede, para o devido enfrentamento da violência contra a
mulher.
Na última explanação, a
Profª Priscilla Maia fez um recorte histórico da assistência social, afirmando
que somente com a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a
política de assistência social ganhou materialidade, conforme a Lei Orgânica de
Assistência Social (LOAS).
Priscilla Maia afirmou que inexiste
a transversalidade de gênero nas políticas públicas, dando como exemplo a
Política de Assistência Social: “A implantação da discussão de Gênero na
assistência social é uma dificuldade, mesmo que a violência contra mulheres
apareça nos dados como um dos motivos da procura dos usuários dos SUAS”. A Profª
Priscilla Maia finalizou as exposições com o debate sobre os desafios postos ao
SUAS em relação a violência contra a mulher, os limites de ação dos Serviços de
Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e a necessidade de ofertar
serviços e atendimento que não culpabilizem as pessoas por suas circunstâncias,
com uma perpsectiva das questões de gênero e violência, isenta de conteúdo moralizar
e individualizar.
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