Revista SER Social - chamada para publicação

CHAMADA REVISTA SER SOCIAL NÚMERO 42

Entre as questões contemporâneas que mais têm provocado polêmica, a família tem espaço cativo. Há uma preocupação constante em tudo que lhe diz respeito, por parte de diversos atores sociais, independentemente das posições sociais e políticas que assumem. Algumas correntes investigativas associam a família ao conservadorismo, e outras a reconhecem como um importante recurso para os indivíduos e para a sociedade. Destarte, tal tema tem se constituído um desafio às investigações das Ciências Sociais, bem como para a implementação de políticas sociais.
Há certa prevalência do reconhecimento da família como resposta ao instinto gregário ou a necessidade de convívio inerente dos seres humanos e importante lugar cultural de socialização, desenvolvimento, proteção e de formação de identidade. Por exemplo, Petrini (2009, p.1)assegura que a família possui papel central nos processos humanos, como a formação de vínculos afetivos, tais como a filiação (com pais), a fraternidade (com irmãos) e demais vínculos, imprescindíveis para o desenvolvimento da personalidade. Já Mioto (2010, p.3) conceitua a família como lócus de produção de subjetividades e unidade de cuidado e redistribuição interna de recursos e, por isso, assume importante papel na estruturação da sociedade em seus aspectos sociais, políticos e econômicos, sendo, portanto, além de uma construção privada, uma construção pública. Neder (2010, p.44) define a família como espaço insubstituível de construção de identidade social, sendo fundamental para a formação de uma cidadania ativa.
Ao reconhecer que os vínculos familiares asseguram ao indivíduo a segurança de pertencimento social e que, portanto, constitui condição objetiva e subjetiva de pertença, a família não pode ser descartada quando se projetam processos de efetiva inclusão social na comunidade e sociedade; todavia, é preciso desmistificar as expectativas em relação à família que ainda impregnam o imaginário coletivo (Carvalho, 2003). Compreender o grupo familiar como lugar de cuidados, proteção, aprendizado dos afetos, construção de identidades e vínculos relacionais de pertencimento, capazes de promover melhor qualidade de vida a seus membros, não pode ocultar que o espaço familiar é também de reprodução da desigualdade e da violência (Gueiros, 2002, p.118).
Mas, o que explica a tendência crescente da adoção da família como foco central de atuação das políticas sociais na contemporaneidade? A participação da família não é novidade na estruturação das políticas sociais brasileiras: “os governos brasileiros sempre se beneficiaram da participação autonomizada e voluntarista da família na provisão do bem-estar de seus membros” (PEREIRA, 2010, p.29). No Brasil, historicamente as legislações brasileiras abordaram a família – das mais antigas até as atuais: definindo-a, estabelecendo seus direitos e deveres, entre outros. A Constituição Federal de 1988 a conceitua como base da sociedade. Todavia, foi a partir da década de 1990 que a família aparece de forma intensa na configuração das normativas e políticas sociais do país, acatando diretrizes de organismos internacionais, tais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. A Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, o Estatuto do Idoso, são exemplo disto.
A questão a ser abordada no Número 42 da Revista Ser Social não diz respeito ao valor da família para a sociedade brasileira, mas, se há um novo rol de atribuições a essa instituição social, por meio da delimitação familiar como foco de atuação de políticas sociais e as implicações desse reordenamento. Destaca-se a matricialidade sociofamiliar da Política Nacional de Assistência Social, e a presença como público alvo, conforme a própria denominação pontua, no Programa Saúde da Família e no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A política social, em especial aquela destinada ao grupo familiar, pode tanto reafirmar o modelo conservador de família, quanto contribuir para transformá-lo. Logo, é mister a análise de como as intervenções no âmbito familiar reforçam ou transformam as relações autoritárias, desiguais, negligentes ou violentas que podem estar presentes nessa instituição social. Por fim, destaca-se que as políticas sociais ao reconhecer o importante papel das famílias na proteção social aos seus membros podem sobrecarregá-las de atribuições, sem seu consentimento e, ou sem destinar o apoio necessário para seu desempenho, sob o risco de implementar políticas “familistas”, que paralelamente responsabilizam as famílias pelos problemas vividos, desresponsabilizam o Estado, e obscurecem seus direitos.
Com isso, a Revista SER Social convida pesquisadores (as) interessados (as) em publicar artigos relacionados ao tema a submeterem seus textos até 15 de fevereiro de 2018.

Os (as) interessados (as) devem submeter os artigos na plataforma da Revista SER Social, com base nas orientações e diretrizes para autores (as).

Comissão Editorial SER Social
Brasília, 14 de dezembro de 2017

Dica de Leitura: UMA VISÃO GERAL SOBRE A REFORMA TRABALHISTA

O artigo UMA VISÃO GERAL SOBRE AREFORMA TRABALHISTA de  Sandro Sacchet de Carvalho é um dos textos que compõe o Boletim Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise nº 63, de Outubro 2017, que será lançado pelo IPEA no próximo dia 07 de novembro em Brasília. Vale a leitura. 

“Feminicídios no Brasil, uma proposta de análise com dados do setor de saúde”

A tese  de doutorado “Feminicídios no Brasil, uma proposta de análise com dados do setor de saúde” revela que "Metade das mulheres mortas por agressões no Brasil, entre 2009 e 2014, foi assassinada dentro da própria casa, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde. O número inclui crianças e adolescentes. Foram mais de 2,7 mil mortes por violência provocada no período, sendo que em mais de 40% dos casos os autores são familiares, cônjuges ou ex-cônjuges. Os “casos”, entretanto, têm um nome: feminicídio. 
Defendida pela demógrafa Jackeline Aparecida Ferreira Romi, no Programa de Pós-Graduação em Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e orientada pela docente Tirza Aidar o trabalho em breve poderá ser consultado na Biblioteca de Teses e Dissertações da Unicamp.

Dica de Leitura - Uso do tempo e Gênero

O livro Uso do Tempo e Gênero, organizado por Natália Fontoura e Clara Araújo e lançado durante Seminário realizado pelo IPEA, neste dezoito de outubro em Brasília, "aborda a divisão sexual do trabalho e como ela se traduz no dia a dia das famílias. Como destacam as autoras, "O Estudo do Uso do Tempo é crucial para a compreensão das desigualdades de gênero. A alocação das horas no trabalho remunerado e não remunerado influenciam fortemente nas diferenças de papéis sociais e de poder desempenhados por mulheres e homens. Há uma injusta distribuição de tarefas domésticas e de cuidado que são refletidas no mundo do trabalho e que devem ser mais bem compreendidas.“

Chamada para publicação na Serviço Social e Sociedade - o debate étnicoracial, de gênero e da diversidade sexual

A Revista Serviço Social & Sociedade, publicada pela Cortez Editora, abre  chamada pública para submissão de artigos para as edições nºs 132 e 133, cujos volumes terão como eixo temático: Expressões da questão social e o serviço social: o debate étnicoracial, de gênero e da diversidade sexual 

Roda de Conversa - "Nossos Passos Vem de Longe"

Na próxima quinta-feira 21 de setembro o Genposs realiza mais uma roda de conversa. Desta vez contaremos com a participação de Joseane Lima, integrante da Marcha Nacional das Mulheres Negras, que após a exibição do documentário Olhos D´Água, de Conceição Evaristo, irá debater com o público.

Mulheres, Direitos e Proteção Social no Brasil

O  conteúdo do mini-curso "Mulheres, Direitos e Proteção Social no Brasil"uran ofertado pelo Genposs, durante o VI Seminário Internacional de Política Social será disponibilizado aqui em breve.

Sueli Carneiro e o Feminismo Enegrecido

Importante depoimento de Sueli Carneiro sobre a importância o Feminismo Enegrecido https://www.facebook.com/198855463592911/videos/862854393859678/

Feminismos, Identidades Político-Sexuais e Educação - oportunidade


Dica de Leitura - Trabalho e Uso do tempo

O IPEA acaba de disponibilizar o livro Uso de Tempo e Gênero, organizados por Natália Foutoura e Clara Araújo. A coletânea que conta com a participação de Maria de la Paz López Barajas Lourdes Maria Bandeira Renata Barreto Preturlan Luana Simões Pinheiro, entre outros, traz importantes reflexões sobre a importância do  Estudo do Uso do Tempo  para a compreensão das desigualdades de gênero.

Dia da Visibilidade em Ceilândia

Lésbicas que Pesquisam

Neste dia da Visibilidade Lésbica aproveitamos a oportunidade para divulgar a iniciativa "Lésbicas que pesquisam"Lésbicas que pesquisam é um projeto que visa criar uma plataforma referencial de pesquisadoras lésbicas, para facilitar o acesso às nossas produções. Antes de tudo, o objetivo é dar visibilidade à nossa resistência na academia. Pensando nisso, iremos catalogar as informações das pesquisadoras que completarem esse formulário. Caso autorize, constará o seu nome, instituição, linha de pesquisa e produções (já publicadas ou inéditas). A sua participação é muito importante para o reconhecimento e valorização da nossa resistência no ambiente acadêmico.

Grupo de Estudos - "Prostituição, Movimentos Sociais e Política Pública no Contexto Pós-Fordista: sobre que direitos se fala?"

O Laboratório GENPOSS retomou suas atividades, na semana passada, com o início do segundo semestre letivo de 2017 e em breve divulga as atividades de extensão para o período. 
Grupo de Estudos vinculado ao projeto "Prostituição, Movimentos Sociais e Política Pública no Contexto Pós-Fordista: sobre que direitos se fala?", este semestre, acontece às quartas-feiras, entre 14:00 e 18:00 H, na sala de reuniões do NEPeM - CEAM (Módulo I - Térreo, UnB, Campus Darcy Ribeiro). Em sua 1ª sessão, no próximo dia 30 de agosto, o grupo debate a pesquisa  "Percepções sobre Saúde e Cuidado: uma etnografia em cenário de prostituição", que Ana Carolina Oliveira Costa realiza  no mestrado.

Dica de Leitura - Lesbiandade e Violência

Leia aqui o estudo Lesbianidade e Violência:Outro olhar sobre a Lei Maria da Penha à luz da intervenção psicossocialno TJDFT - de autoria de Guaia Monteiro. Fruto de pesquisa para conclusão do curso de serviço social,  a monografia  lança um olhar sobre tema ainda pouco estudado: situações de violência entre lésbicas que, ancoradas na Lei 11340/06 – Lei Maria da Penha, que coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher, são atendidas por assistentes sociais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

NOTA PÚBLICA

NOTA PÚBLICA
O Fórum Lei Maria da Penha e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade de Brasília-NEPEM, vem a público externar sua profunda indignação contra a resolução do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que determinou a alteração do nome dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher daquele Estado para nominá-las como “Varas da Paz em Casa”. A alteração é ilegal, pois desconsidera o disposto expressamente no art. 14 da Lei n. 11.340/2006 [Lei MARIA DA PENHA], a qual determina que o nome da vara especializada é “Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”.
A alteração de nomenclatura muda o foco da lei que é proteger a mulher da violência doméstica, reforçando a invisibilização histórica da mulher, diluindo-a na proteção à família. A Lei Maria da Penha visa dar reconhecimento à violação de direitos praticada contra as mulheres: não se trata de conflito ou briga, tem nome e se chama “violência”. Finalmente, o foco na “paz na casa” pode induzir profissionais, que ainda não incorporaram a perspectiva de gênero, a desenvolverem práticas de conciliação e de relativização da relevância da intervenção penal, bem como das intervenções de proteção à mulher pautadas na Lei Maria da Penha e na produção acadêmica.
Esta nomenclatura legal é fruto de intensa atividade de mobilização do movimento feminista e de mulheres no Brasil, tendo sido precedida de inúmeras audiências públicas que antecederam à edição da Lei Maria da Penha. A alteração unilateral da nomenclatura pelo Poder Judiciário baiano, sem qualquer diálogo com o movimento feminista e de mulheres e demais instituições do sistema de Justiça, representa uma profunda desconsideração da luta histórica das mulheres por direitos e pela visibilidade da violência de gênero.
Por estas considerações, o Fórum Lei Maria da Penha e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade de Brasília conclamam as autoridades baianas a reverterem a alteração ilegal de nomenclatura, bem como alerta as autoridades judiciárias dos demais Estados a não repetirem idêntico equívoco.
Brasília, 21 de agosto de 2017.

Movimento Nacional de Trabalhadoras Sexuais - rompendo tabus


Pode a prostituta falar? Trabalho Sexual é Trabalho? Toda prostituta é vítima? O que significa o projeto de lei Gabriela Leite? 

O laboratório Genpos, em parceria com a Rede Tulipas do Cerrado, tem o prazer de convidar  para debater essas e outras questões em uma roda de conversa, com lideranças de movimentos de trabalhadoras sexuais do Brasil,na próxima sexta-feira, 09 de junho, às 12:30 H.

roda de conversa - Prostituição, Movimento Social e Direitos


O Laboratório Genposs, o Polo de Prevenção de DST e Aids e o grupo Tulipas do Cerrado promovem uma roda de conversa com o tema Prostituição, Movimento Social e Direitos, na próxima sexta-feira, 02 de Junho de 2017. A atividade pretende proporcionar um espaço de debates sobre a luta das trabalhadoras e trabalhadores sexuais no Brasil e comemorar o  Dia Internacional da Prostituta. A data foi assim declarada pelo movimento organizado, para lembrar a luta das prostitutas francesas que, em protesto contra a violência e o arbítrio policial e o preconceito,  ocuparam a Igreja de Saint-Nizier, em Lyon,no dia 02 de junho de 1975. A expulsão violenta das mulheres pela polícia, 05 dias depois, não impediu que o movimento ganhasse visibilidade e se ampliasse para outras cidades francesas, sendo noticiado em todo o mundo e constituindo-se num marco na luta contra a discriminação e a garantia de direitos das e dos trabalhadores do sexo.

A roda de conversa acontece na sala de Reuniões do Departamento de Serviço Social (ICC Centro Mezanino, Campus Darcy Ribeiro, UnB), entre 12:15 e 14 H, deste dia 02 de Junho.

Dica de Leitura - Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana


Acaba de ser publicado mais um número da  Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana. Além dos vários temas tratados em seus artigos, a Revista traz o dossiê El cuerpo que incomoda: movimientos sociales, cuerpo y autoridad.  

Dica de Leitura - Dossiê Heleith Saffioti

Reflexões em torno da violência, do feminismo, e das relações entre classe, raça e gênero são parte importante da produção de Heleieth Saffioti. Alguns desses textos, publicados pela Revista Marxismo 21, no dossiê sobre Heleith Saffioti, foram disponibilizados neste link.

Seminários Genposs - Prostituição, Cidade e Criminalidade

A prostituição em Brasília é tema do Seminários Genposs, que acontece dia 03 de maio, quarta-feira às 12 H, na sala de Reuniões do Depto de Serviço Social (ICC Centro, Mezanino). A convidada é a socióloga Cyntia Silva, que apresenta a pesquisa "Narrativas sobre a prostituição feminina na W3 norte: construindo um dispositivo", concluída em 2016.

Prostituição e Violência - os desafios da pesquisa de campo





Nova edição do Seminários Genposs conta com a participação da cientista social Alyne Nunes para debater os desafios da pesquisa empírica. 

Dica de Leitura - Mulheres Sem Prisão: desafios e possibilidades para reduzir a prisão provisória de mulheres

O Instituto Terra, Trabalho e Cidadania – ITTC, acaba de lançar o livro Mulheres Sem Prisão: desafios e possibilidades para reduzir a prisão provisória de mulheres que apresenta resultado do estudo realizado com o  objetivo de "compreender os obstáculos colocados à redução do encarceramento feminino e propor estratégias para superá-los". A partir das "narrativas construídas nos autos processuais e as falas das mulheres aprisionadas" a pesquisa conclui que a dificuldade  para garantir  a liberdade é "a invisibilização das mulheres nos seus processos criminais".

Gênero e Cinema


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 O Genposs exibe o documentário "Um Beijo para Gabriela, de Laura Murray, na 1a. edição do Gênero & Cinema, de 2017, como parte das atividades do projeto de pesquisa e extensão "Prostituição, Movimentos Sociais e Políticas Públicas - sobre que direitos se fala?".
Após a exibição, haverá debate com a participação de Melissa Massayury e coordenação da profa. Marlene Teixeira. 

A sessão acontece na sexta-feira, 31 de março, às 12 H, na sala de reuniões do Dpto de Serviço Social (ICC Centro - Mezanino - Campus Darcy Ribeiro).

Grupos de Estudo - Projeto "Prostituição, Movimentos Sociais e Políticas Públicas - sobre que direitos se fala?"

O Grupo de Estudos, vinculado ao projeto de pesquisa e extensão "Prostituição, Movimentos Sociais e Políticas Públicas - sobre que direitos se fala?" se reúne nesta segunda-feira, 27 de abril, na sala de reuniões do NEPeM (Ed. Multiuso I - Campus Un. Darcy Ribeiro - Térreo). Em debate o texto EXPLORAÇÃO SEXUAL, TRABALHO SEXUAL: NOÇÕES E LIMITES, de autoria de Adriana Piscitelli.